sábado, 21 de janeiro de 2012

DIRETAMENTE DO GRITO 2012, DE JAGUARI, RS!!

     Postagem diretamente  de Jaguari, de onde estamos acompanhando a edição 2012 do  Grito do Nativismo. Hospedado na casa do meu irmãozinho Nilton Ferreira, estive no ensaio das obras que estaremos apresentando logo mais.
     A VOZ DO AMOR é uma composição que reúne Nilton Ferreira e Jorge Freitas, com trabalho de melodia do Nilton, e propõe que a gente pense um pouco no que a voz do amor diria para nós, quando precisamos tomar alguma decisão importante na nossa vida. Inspirada na obra de Chico Xavier, esta canção tinha o grande desafio de trazer esta discussão pra um contexto de música regional e, sinceramente, acho que o objetivo foi alcançado magistralmente pelo Nilton, em termos  de melodia, inspirando nosso contexto regionalista dentro de um poema universal.
    O GALPÃO E A PASSARADA é uma composição feita pra o galpãozinho do meu amigo Miguel Marques, o qual tive a honra de visitar ontem,   em Santiago, RS, durante os ensaios que foram feitos para a apresentação na noite de hoje. Miguel Marques me encomendou este tema para falar de sua querência, seu galpão e as coisas que ele ama e quer perto dele, a exemplo do casal de joão -barreiros e uma corruíra que, a seu tempo, se fizeram moradores do galpão.
    Felicidade  muito grande em poder partilhar destas obras num festival tão importante para mim quanto é o GRITO.
    Um grande abraço a todo povo de Jaguari que entrega ao Rio Grande do Sul  um festival muito bem organizado e que valoriza nossa cultura, nossa gente e nossa memória cultural.
     Posto ainda, em arremate, os vídeos dos ensaios, facilidade que pode ser feita tendo em vista que o CD do festival foi lançado ontem ainda, possibilitando a veiculação e mostra dos trabalhos.


O GALPÃO E A PASSARADA
Fiz um galpão pra minha alma de cantor
Onde a paz quinchou de sonhos o lugar
Entre meus mates, convidei a passarada
Pra ter parceiros no ofício de cantar...
Meu galpãozinho, que é só simplicidade
Onde a canção se aquenta no braseiro
Estes dias recebeu pra moradores
A corruíra e um casal de João-Barreiros!!
Quem feito eu, já cantou os sabiás
E reconhece o dom dos passarinhos
Quando vier ao meu galpão, com certeza
Vai perceber que jamais canto sozinho!!
O João-Barreiro, que Deus fez construtor
Tem no bico, o futuro de sua casa
E a corruíra, pequenina e bem faceira
Vem na janela, com poema em suas asas...
Meu coração, de homem se faz criança
E se encanta com outras vozes parceiras
Cá, no galpão, a corruíra e o João-barreiro,
São meus amigos pra cantar a vida inteira!!
   




A VOZ DO AMOR

Quando o rio da mágoa revolver as águas para me afogar
Quem vai me socorrer quando meu viver quiser se entregar…
E quando a mentira trouxer toda ira pra o meu coração
Que o amor saiba ver o que há pra dizer, sem perder a razão…

Quando a voz da injustiça esporear a cobiça e povoar a querência
Que o amor me conforte, fazendo-me forte, forjando a essência
E se algum desencanto brotar no meu pranto por erro do irmão
Que o amor fale em mim, trazendo, enfim, a luz de um perdão…

Perguntar para o amor é o grande valor que existe na vida
Ele quem conforta e nos traz de volta, a lição já esquecida
Fala de um sentimento, que apesar do tempo, nunca morreu
Por ser um presente, pra alma da gente enxergar a de Deus!!

E se o mundo fosse um pouco mais doce, com voz de poesia
Pra não ter desenganos no jeito humano, ao longo dos dias
Por isso eu tento, mesmo em pensamento, ir dentro do peito
Que o amor vai falar e pra gente escutar, é preciso respeito…

Esta voz tão bonita, palavra bendita, que vai aos caminhos
Não se aprende a ouvir, fugindo de si, caminhando sozinho
O amor quando ecoa é liberto e revoa, pedindo pra nós
Pararmos um pouco, abraçando um ao outro, pra ouvir sua voz…


2 comentários:

  1. Achei as duas obras de muita qualidade. Harmonia entre letra, melodia e interpretação! E vamos lá! :D

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  2. FANTÁSTICO!!! BRAVO!!!BRAVO!!! LINDA MÚSICA!!! parafraseando Franz Hartman, "o espirito não pode
    atuar sobre o corpo sem o elo de ligação da alma, nem a alma sobre o corpo, senão por meio da vida.
    Não podemos preparar por meio do amor um prato de sopa para um mendigo que perece de fome; porém o amor move a vontade e gera ações que a mente orienta, e assim pode-se preparar a sopa".

    Parabéns ao Nilton e ao Rômulo por mais esta obra!!

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