sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

DISCO NOVO DE NILTON FERREIRA, COM POEMAS DE RÔMULO CHAVES RECEBE RÉGIS REIS!!!!!

    Gente boa!!!!!
    Desde já, agradeço muito as mensagens que tenho recebido pelo mail, msn e pelo celular, em função do projeto BEM DE VALOR, que vai unir a arte da melodia e do canto de NILTON FERREIRA, aos poemas que fiz com o maior carinho do mundo para este trabalho!!!!
    Também quero aproveitar para mostrar o novo convidado do projeto, direto de Tupãnciretã (terra da mãe de Deus), nosso grande irmão de arte e guitarra, RÉGIS REIS!!!!!
    O Régis andou em Jaguari, na altitude dos Ferreira e, dirigido pelo Nilton, emprestou sua sensibilidade e sua alma para o trabalho fonográfico que está em processo de gravação!!!
    Os trabalhos estão ficando maravilhosos, porque todo amigo que chega, assim feito o Régis, tem deixado o melhor do seu abraço em cada nota, cada acorde e esta fusão de arte tem sido a grande tônica do BEM DE VALOR!!!!
    Régis participa de uma das obras mais importantes do Cd, A VIDA DE CABELOS BRANCOS, entre outras que estão sendo preparadas com o mesmo carinho e a mesma atenção, e, que em seu tempo, esperamos que sejam tão importantes quanto A Vida de Cabelos Brancos...
    Posto as fotos do trabalho de estúdio, realizado lá no NVR ESTÚDIO, da querida cidade de Jaguari, pelas mãos e sensibilidade do mestre Ferreira!!!


Nilton operando o estúdio e Régis guardado no "aquário"... hahahaha... vida de guitarrero não é fácil, ainda mais na quaresma, que fica 40 dias sem tocar!!!


Concentração de Régis Reis para tirar do violão o pulso mais correto para cada música... arte é coisa de coração, onde a alma faz o trabalho de carregar a emoção para o plano físico do nosso corpo... e disso, o Régis entende muito bem, quando está com sua guitarra no colo, junto ao peito!!!! Grande abraço maninho!!!


      Vou deixando por aqui, na sequência, todas informações que vão surgindo acerca do projeto do novo disco do Nilton Ferreira, e, com a certeza que há muito ainda a ser feito.... voltaremossssssssss...... grande abraço!!!!


      O NVR ESTÚDIO não trabalha somente com música regional, tendo sido atuante em vários segmentos, a exemplo da música Gospel, e, quem tiver interesse em realizar seu projeto de gravação, é só ligar para o telefone 055 3255 2113 e falar com a Rita Ferreira, com a certeza de que será muito bem atendido e acompanhado por amigos da mais alta sensibilidade e paixão pela arte!!!!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

NOVO DISCO DE NILTON FERREIRA INICIA OS TRABALHOS DE GRAVAÇÃO!!!!! VEM POR AÍ, O BEM DE VALOR!!!!!! (POEMAS DE RÔMULO CHAVES)

    Como já havia relatado aos amigos, estive na querência de Jaguari, RS, onde a matemática simples dos momentos tem uma lógica inegável, pois o cálculo JAGUARI + AMIGOS = FELICIDADE, nunca falha e sempre chega ao mesmo resultado!!!!
    Viajaram comigo, o músico maravilhoso e amigo de grande identidade de alma e coração, EDISON MACUGLIA e ainda, um novato com jeito de gente antiga, um guri novo mas com uma disciplina de fazer inveja a muito marmanjo, EDUARDO MORLIN, que fez a inauguração de sua flauta yamaha!!!
      Chegamos a Jaguari já na segunda-feira, por volta de 16 horas, onde fomos direto à altitude dos Ferreira, sendo recebidos pelo grande irmão, mestre e parceiro NILTON FERREIRA, que capatezou aquela família maravilhosa, onde têm lugar cativo, a RITA, O VÁGNER E O GUSTAVO, e nesta fila de abraços, a emoção começou a tomar forma!!!!!!
      Ocorre que o Nilton está em início de gravações do novo disco que vem por aí, com o título "BEM DE VALOR", é um projeto dedicado ao olhar mais amplo da arte sobre o único bem cuja perda é irreparável, A VIDA!!!
     A vida em todos seus sentidos, daqueles que perdemos para a eternidade, daqueles que perdemos mesmo estando vivos, daqueles que queremos manter ao nosso redor, e, principalmente, de nós mesmos.
       O bem de valor vai ao campo, volta pela cidade e invade nossa casa, nosso apartamento, nosso trabalho e principalmente nosso coração.
      Nilton Ferreira foi abençoado por Deus com a emoção de um sorriso ou uma lágrima em cada canção que nos brinda, por isso, a sinceridade deste trabalho é o ponto alto de um acervo musical dedicado à família, aos amigos, à alma, ao coração, À VIDA e AO AMOR!!
      Que possamos repartir sempre o BEM DE VALOR, pois a vida é também, curiosamente, o único bem que quanto mais repartimos, mais ricos ficamos!!!!
       Digo, ainda, aos amigos que, também a convite do Nilton Ferreira, todos os poemas do Cd são de minha autoria, fato que me deixa muito emocionado, motivado e persistente em escrever o que sinto, o que gosto e o que entendo que seja importante, na expressão mais sincera que minha poesia possa alcançar.
      Guardo meus versos na parte mais nobre de mim, minha alma e meu coração, por isso, considero uma dádiva poder compartilhá-los com meus amigos e com quem mais quiser ouvir ou ler.

Posto algumas fotos do início deste trabalho que peço a Deus, seja sempre ponto de felicidade, sorriso, paz e VIDA, MUITA VIDA A TODOS!!!!!!
Edison Macuglia, durante as gravações, com a alma inspirada e a canção na ponta dos dedos, a verter sentimento das cordas da guitarra!!!

Tchê!!! Me perdoem, fui sem a Brunika e a foto saiu virada e não sei desvirar, mas só pra ilustrar Nilton Ferreira e Edison Macuglia pensando sobre os arranjos das composições...

No intervalo, nosso flautista Eduardo e nosso guitarrero Macuglia demonstravam a habilidade com a "gorduchinha", se preparando para a copa de 2014 e, como estava em horário nobre, fazendo a globo perder nossa audiência... ahahahaha

Mazáaaaa Gustavo!!!! Só tenteando a janta... paro a pensar o que esta cabecinha cheia de sonhos, sorrisos e criatividade estaria imaginando antes da "pecuária"...

Um brinde À AMIZADE, ÀS CANÇÕES, À POESIA E, PRINCIPALMENTE, A DEUS E À VIDA, NOSSO BEM DE VALOR!!!!

Nem só de canções vive o NVR ESTÚDIO, mas também, da prosa buena dos amigos, abraços francos e, claro, uma boa churrascada pra celebrar amizade!!!!

Eduardo Morlin, enquanto gravava com sua flauta nova!!!! Guri dos buenos, se não se arrepender, vai dar bom, como dizem na minha terra!!!


      Já se pode adiantar que o CD vai contar com A VIDA DE CABELOS BRANCOS (campeã de Vacaria) e QUANDO O CÉU CHORA SAUDADE (campeã da Guyanuba), em regravações feitas para homenagear as famílias e a alma daqueles cuja sensibilidade aproxima destes temas.

         Um grande e forte abraço a todos os amigos que estão fazendo parte deste projeto, e, a qualquer momento, vou postando novidades por aqui, na invernada virtual onde a arte regional está sempre palanqueada!!!!

SELECIONADAS AS COMPOSIÇÕES PARA O GRITO DO NATIVISMO EM 2012!!!!

A Comissão Julgadora do Grito 2012 esteve reunida nos dias 27 e 28 de dezembro para análise das 417 composições inscritas para o Festival. Foram selecionadas as 12 concorrentes, que comporão o CD que já estará à venda no Festival, que se realizará nos dias 21, 22 e 23 de janeiro de 2012.
As classificadas são:

01-O MAR DE ALFONSINA – CANÇÃO  de Martin Cesar Gonçalves/João Bosco Ayala/Nilton Junior

02-PRA TRADUZIR UM RETRATO-Canção de Bianca Bergmann e Piero Ereno

03-A VOZ DO AMOR-Chamamé- de Rômulo Chaves e Nilton Ferreira

04-O CÉU SOB AS MARQUISES-Canção de Vaine Darde e Adriano Sperandir

05-FIM DE TARDE-Milonga de Tulio Souza e Piero Ereno

06-MEU VELHO- Chamamé de Máximo Fortes/J.A. Rodrigues e Tuny Brum

07-BLANQUITA-Milonga de João Stimamilio Santos e Carlos Madruga

08-AS MOÇAS DO TEMPO-Milonga de Martin Cesar Gonçalves e João Bosco Ayala

09-MAZÁÁÁ GAÚCHO-Xote de Guerino Pisoni Neto e Leonardo Sarturi

10-ASSUNTANDO-Chacarera de João Stimamilo Santos/Paulinho Cardoso e Leandro Cachoeira

11-O GALPÃO E A PASSARADA-Canção de Rômulo Chaves e Miguel Marques

12-APROVEITANDO A OCASIÃO- Vaneira de Marco Antonio Nunes/Halber Lopes e Xuxu Nunes

Fiquei muito feliz de poder retornar à Jaguari, onde os amigos, a natureza e as canções me deixam em paz e muito feliz!!!! VIDA LONGA AO GRITO DO NATIVISMO!!!!

fonte: www.radiojaguari.com.br

ANIVERSÁRIO EM FAMÍLIA


Estou chegando da Palmeirinha de todas as Missões, onde estive no aniversário da minha irmã e minha mãe. Um cardápio simples, o sorriso dos amigos, a prosa sempre ótima; estes foram os elementos que deram a tônica da noite. Teve até apresentação de gaita de boca (na minha terra chamada gaita de focinho) por um antigo e querido amigo, seu Telmo Mendes. 
Na verdade, quero dizer que AMO MUITO a Rovana e a Ceres, e que desejo de todo o coração, que sejam muito, mas muito felizes!!! Deus permita que ainda possamos trocar zilhões de abraços por esta jornada transitória da vida... beijo grande pras duas missioneirinhas!!!!

domingo, 25 de dezembro de 2011

NATAL DE BOMBACHA!!!!!!


      Hoje é Natal, quase no final do dia, e estou na casa da minha mãe, na Palmeirinha de todas as Missões!!!
       Até aqui são muitas estradas no decurso do ano, peço perdão por não ter postado mais, mas andei uns tempos sem internet.
       Neste período estive trabalhando na realização do Moinho da Canção, em Panambi, RS, e estive participando das finais da Convenção Nativa em Júlio de Castilhos e do Cooperativismo canta o Rio Grande, em Tapera, RS.
      Premiamos em Júlio de Castilhos, onde O GURI E O CUSCO nos levou ao segundo lugar, e, em Tapera, aplaudimos os premiados, sendo que, em Panambi, ataquei de apresentador ao lado da Comadre Anelise Severo, esta sim, uma apresentadora de ofício.
      Vivi... e como vivi... fazendo música, abraçando os amigos, mateando com novas amizades e encilhando mates antigos de verso e prosa com gente que só me faz bem!!!!!!
      Bendito dia que a música chegou na minha vida, e com ela, um lote imenso de amigos que me aquietam a alma e tornam a experiência de viver, uma grande e completa magia, onde todo dia que amanhece é um novo convite a novos sonhos, novos desafios e novas jornadas...
      Hoje, no final deste Natal de 2011, não entrei aqui para escrever nada pronto ou uma mensagem com preocupação de ser linda ou extremamente marcante, entrei somente para dizer que o BEM está vivo e todo ano renasce pleno, forte, puro e verdadeiro, na lição de Jesus Cristo, na bondade de um Mestre que semeou o amor para colher, na fé, a multiplicação desta semente...
     Quero desejar a todos amigos próximos, distantes, virtuais, pessoais, profissionais, enfim... a todo mundo que também não é meu amigo, tudo de bom!!! Tudo de maravilhoso!!!! Tudo o que quiserem para suas vidas!!!!
    Nesta experiência transitória temos que tirar um tempo para abraçarmos quem gostamos, revermos velhos semblantes que nos transmitem paz e, ao longo do tempo, renovarmos lembranças importantes que nos dizem de quem realmente somos... também desejo isso neste Natal, que todos possamos fazer estes caminhos e andar por estas trilhas!!!!
    Amanhã, viajo para Jaguari, na estrada de mais um sonho, no rumo de mais uma canção e com a poesia no horizonte!!!! Antes do final do ano, teremos novidades, nestes últimos dias, a vida não pára e as realizações estão, desesperadamente, tentando deixar de ser sonhos...
    UM NATAL MUITO FELIZ A TODOS!!!!! E nos vemos loguinho, com novidades direto de Jaguari!!!!!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

JAYME CAETANO BRAUN!!!!!

FALTAVA ESTA REFERÊNCIA NO BLOG!!!!!



Na iminência do mês de Janeiro, que detém o dia do Pajador...
Jayme Caetano Braun
Nasceu em 30 de janeiro de 1924, na Timbaúva, distrito de São Luiz Gonzaga (RS), hoje pertencente ao município de Bossoroca.
Foi alambrador, tropeiro e curandeiro. Um artista missioneiro que fez de sua terra o seu mundo, de sua aldeia, uma pátria.
Sonhava em cursar Medicina, mas formou-se em jornalismo. Sua imensa cultura foi apurada no período em que ocupou o cargo de diretor da Biblioteca Pública do Estado, entre 1959 e 1963.
Especializou-se em décimas (poemas com estrofes de 10 versos). Os poemas, que começou a escrever piazito, por influência da família, foram publicados em vários livros. O primeiro, Galpão de Estância (1954), trazia versos de temática campeira, quase sempre dedicados a objetos do universo do homem da Campanha: relhos, chilenas, laços, carretas.
Na década de 70, trabalhou como radialista na Rádio Guaíba, onde apresentava o programa "Brasil Grande do Sul", que ia ao ar aos sábados pela manhã. Ele também foi funcionário público estadual. Trabalhou no Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servidores do Estado (Ipase) . Considerado o maior pajador do Rio Grande do Sul, foi membro e co-fundador da Estância da Poesia Crioula, em Porto Alegre (RS). Poeta regionalista, costumava usar os pseudônimos de Piraju, Martín Fierro e Andarengo. Carismático, tornou-se popularmente conhecido não só no Brasil, mas também em países como Uruguai e Argentina. Vários CTGs lhe homenagearam, inclusive em vida, atribuindo-lhes o nome de "Jayme Caetano Braun", em várias cidades brasileiras, inclusive na Capital Federal. Entre seus poemas mais declamados pelos poetas regionalistas do país inteiro, destacam-se "Tio Anastácio", "Bochincho" e "Galo de Rinha". Jayme faleceu em 08 de julho de 1999, às 5h30, na Clínica São José, em Porto Alegre, vítima de complicações cardiovasculares, depois de receber quatro pontes de safena e enfrentar problemas de depressão e tentar o suicídio.
Durante sua carreira fez diversas payadas, poemas e canções, sempre ressaltando o Rio Grande do Sul, a vida campeira, os modos gaúchos e a natureza local.
Aos 16 anos mudou-se para Passo Fundo, onde viveria até os 19 anos. Na capital do Planalto Médio, Jayme completou seus estudos no Colégio Marista Conceição e serviu ao Exercito Brasileiro.
Trabalhou, publicando poemas, em jornais como O Interior e A noticia (de São Luiz Gonzaga). Passa dirigir em 1948 o programa radiofônico Galpão de Estância, em São Luiz Gonzaga e em 1973 passa a participar do programa semanal Brasil Grande do Sul, na Rádio Guaíba. Na capital, o primeiro jornal a publicar seus poemas foi o A Hora, que dedicava toda semana uma página em cores aos poemas de Jayme.
Como funcionário público trabalhou no Instituto de Pensões e Aposentadorias dos Servidores do Estado e ainda foi diretor da Biblioteca Pública do Estado de 1959 a 1963, aposentando-se em 1969. Na farmácia do IPASE era reconhecido pelo grande conhecimento que tinha dos remédios.
Em 1945 começa a atuar na política, participando em palanques de comício como payador. O poema O Petiço de São Borja, publicado em revistas e jornais do país, fala de Getúlio Vargas. Participa das campanhas de Ruy Ramos, com o poema O Mouro do Alegrete, como era conhecido o político e parente de Jayme. Foi Ruy Ramos, também ligado ao tradicionalismo, que lançou Jayme Caetano Braun como payador, no 1º Congresso de Tradicionalismo do Rio Grande do Sul, realizado em Santa Maria no ano de 1954.
Casou duas vezes, em 1947, com Nilda Jardim e em 1988 com Aurora de Souza Ramos. Teve três filhos, Marco Antônio e José Raimundo do primeiro casamento, e Cristiano do segundo. Anos mais tarde participaria das campanhas de Leonel Brizola, João Goulart e Egidio Michaelsen e em 1962 concorreria a uma vaga na Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo PTB, ficando como suplente.
Veio a falecer de parada cardíaca em 8 de julho de 1999, por volta das 6h, em Porto Alegre. Seu corpo foi velado no Palácio Piratini, sede do governo sul-riograndense, e enterrado no cemitério João XXIII, na capital do estado. Para o dia seguinte estava programado o lançamento de seu disco Exitos 1. Depois de sua morte foram lançados: Payada, memória e tempo Vol. I e II e A volta do farrapo.
Recebeu homenagem e destaque especial do festival Sesmaria da Canção, de Osório, em 1997. Entre seus prêmios, estão o Troféu Laçador de Ouro e o Troféu Simões Lopes Neto (maior honraria concedida pelo governo do Estado), ambos em 1997. Emprestou seu nome a Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) de diversas localidades. Algumas de suas canções foram gravadas por cantores e conjuntos de outros Estados, como Originais do Samba e a dupla Antonio Carlos e Jocafi.
Tem, na sua poesia, a expressão estilizada da autenticidade e espotaneidade da fala do homem rural, da zona da Campanha. Sobre sua obra, afirmou Walter Spalding: "A poesia desse poeta missioneiro é um dos maiores e melhores repositórios de palavras e expressões gauchescas, valendo por isso seus livros um tesouro. Grande parte das que usa e que são de uso comum nas Missões e outras partes do Rio Grande jamais foram dicionarizadas". Seus poemas são, em geral, longos e épicos, para ser declamados de viva voz.
O costume campeiro de contar casos também está presente em seus "rimances", poemas narrativos, como Bochincho, extremamente popularizado, um dos textos mais declamados nas festas gauchescas. Seu vocabulário regional representa rico acervo para estudo dos dialetos rurais gaúchos.
Artesão de belas imagens, também compôs poemas líricos-amorosos, e sua temática ia desde a expressão de um forte telurismo quase místico pelo pago,a objetos de seu universo - o galpão, o lenço, a faca, o cavalo, as chilenas -, as apologias sobre a história do Estado e o realismo social, em poemas nos quais os anti-heróis são desvalidos da sorte e oprimidos pelo sistema capitalismo. Suas composições têm um percurso nítido: vão dos poemas longos grandiloqüentes, feitos para declamação, aos poemas curtos e densos de suas últimas obras, nos quais a elaboração poética é maior e mais cuidadosa, acompanhando os modelos da modernidade.
O talento de Jayme Caetano Braun como poeta e letrista foi reconhecido no Uruguai, na Argentina, no Paraguai e na Bolívia. Excelente repentista, conhecido como El Payador, ocupa por isso um lugar de destaque na literatura regionalista do Rio Grande do Sul.
Dia 30 de janeiro o Rio Grande do Sul comemora o Dia do Pajador Gaúcho. E a data não foi escolhida ao acaso, é uma homenagem a um dos maiores mestres da pajada, que nasceu neste dia do ano de 1924 em Timbaúva (hoje Bossoroca), na época distrito de São Luiz Gonzaga. Cruza de um mestre-escola de origem alemã e de uma formosa cabocla dos Sete Povos da Missões, Jayme Caetano Braun traz no sangue e na terra a síntese da formação histórica do Rio Grande do Sul.

A payada (ou pajada no Brasil e Paya no Chile) é uma forma poética nascida na campanha argentina e uruguaia do século XIX, em geral um repente em décima (estrofe de 10 versos), de redondilha maior (verso de sete sílabas) e rima entrelaçada (todos os versos rimam entre si, alternadamente). Normalmente é acompanhada por um dedilhar de violão.
Jayme se torna poeta ao mesmo tempo em que entra na vida adulta, em meados dos anos 40. Iniciava-se então, no Rio Grande do Sul como em todo o país, um tempo de crise e reafirmação de uma identidade ameaçada pela penetração econômica e cultural do imperialismo. O modelo latifundiário exportador esgotara suas possibilidades de manter na sociedade gaúcha um grau mínimo de coesão, a questão agrária tornava-se evidente e a literatura refletia estas contradições – como na trilogia do “gaúcho a pé” de Cyro Martins.
Assim, para uma efetiva defesa dos valores associados a figura do gaúcho era necessário a compreensão da política e da economia atual e, nesse contexto, tomar uma posição de enfrentamento para com o imperialismo e o latifúndio. Isso fez de Jayme um militante político além de poeta e, de fato, vários de seus poemas ou pajadas possuem um caráter político – ou de cunho social onde necessitam ações políticas. Chegou a ser diretor da Biblioteca Pública do Estado de 1959 a 1963, no governo Brizola.
Ao defender as tradições gaúchas, compreendia que a ameaça a elas vinha da penetração imperialista e que, para salvá-las, eram urgentes as reformas de base, em especial a agrária. A questão da terra, aliás, perpassa toda sua obra – um exemplo é a música Da Terra Nasceram Gritos, composta em conjunto com Cenair Maicá, que inicia protestando: “Mataram meus infinitos e me expulsaram dos campos; da terra nasceram gritos, dos gritos brotaram cantos!”. Missioneiro, tem como referência recorrente Sepé Tiaraju, o líder da resistência guarany à invasão portuguesa no século XVIII, cuja derrota é a origem ancestral do problema agrário no Rio Grande do Sul.
A defesa das raízes culturais do Rio Grande do Sul e o movimento de resistência surgido nos anos 40 têm muito em comum com um esforço de mesma natureza iniciado no nordeste do país, na mesma época, por homens como Ariano Suassuna. Ambos os movimentos buscavam preservar manifestações populares frente à invasão cultural dos EUA, empreendida via Rio e São Paulo através de emissoras de televisão, de rádio e gravadoras.
Jayme cantou, principalmente no início de sua carreira, a indumentária e a cozinha tradicionais do gaúcho (o mate, o arroz de carreteiro, o lenço, a faca). Mas sempre denunciou o uso indevido destes símbolos pelos opressores para confundir o povo: “Eu pergunto: de que adianta plantar um pé de erva-mate, como sinal de combate em defesa de uma planta se a mesma mão que levanta nessas considerações é a que assina concessões num inconsciente floreio aos assassinos do meio que fazem devastações?” Questiona em Payada das Primaveras.
A militância cultural e política de Jayme não se limitaram às fronteiras do Rio Grande do Sul ou do Brasil. A partir dos anos 60, começa a estudar a cultura gaúcha da Argentina e do Uruguai e estreita contatos com artistas daqueles países. Foi a partir daí que encontrou a forma de expressão em que melhor se saía: a Payada.
Em sua luta em defesa da identidade cultural latino-americana, Jayme homenageou em versos comoventes o argentino Atahualpa Yupanqui (que, por sinal, estaria fazendo 103 anos no dia 29 de janeiro), a quem tinha como ídolo, e chegou a escrever poemas em espanhol. Para ele, não havia incoerência entre esta aproximação e sua postura de ferrenho defensor da cultura riograndense e brasileira. Afinal, argentinos e uruguaios eram povos irmãos, oprimidos pela mesma potência. Defendia a unidade entre os povos da América do Sul, especialmente as “três pátrias gaúchas” (Brasil, Argentina e Uruguai). No poema Los Tres Gauchos, sintetizou este ideal: “hermanos de sembra y paz,/ América és tu bandera!/ ayer - hicimos frontera,/ hoy- no la queremos más.”
Jayme é o cerne dos quatro troncos missioneiros (Jayme Caetano Braun, Cenair Maicá, Noel Guarany e Pedro Ortaça) e um gaudério que não podemos deixar cair no esquecimento. Com a Lei de 2001 para o Dia do Pajador Gaúcho, temos ao menos o dever de relembrá-lo...


ALGUMAS OBRAS:
LIVROS
Galpão de Estância (poesia, Editora Gráfica Porto Seguro, 1954)
De Fogão em Fogão (poesia, La Salle, 1958)
Potreiro de Guaxos (poesia, Champagnat, 1965)
Bota de Garrão (poesia, Sulina, 1979)
Brasil Grande do Sul (poesia e relato, Sulina, 1986)
Paisagens Perdidas (poesia, Sulina, 1987)
Vocabulário Pampeano - Pátria, Fogões e Legendas (dicionário de regionalismos, Martins Livreiro Editor, 1987)
Payador e Troveiro (poesia, Tchê, 1992)
50 Anos de Poesia (antologia poética, Martins Livreiro Editor, 1996)
Payadas e Cantares (2008)

Cd’s
Payador, Pampa e Guitarra – 1974
Payadas e A Volta do Payador – 1984
Troncos Missioneiros – 1987
Poemas Gaúchos – 1993
Pajadas – 1993
Paisagens Perdidas – 1994
Jayme Caetano Braun – 1996
Acervo Gaúcho - 1998
Depois de sua morte foram lançados: Exitos I e Êxitos II.
Payada, memória e tempo Vol. I e II e A volta do farrapo.